terça-feira, 2 de dezembro de 2014

56 K - Bandeira quadriculada

Chega ao fim as postagens aqui no blog...

O Meu J3 foi vendido com 56725 quilômetros e com isso o blog não vai mais receber atualizações, nesses 3 anos foram mais visualizações do que eu imaginava. Espero que o objetivo do blog tenha sido cumprido, que era justamente fazer uma análise sem ser um especialista na área, uma análise do ponto de vista de um cliente comum.

Quilometragem final

Espero sinceramente que o conteúdo do blog possa auxiliar quem procura na internet por mais informações sobre os carros da JAC, pois existem poucas referências.

Fica aqui o meu muito obrigado a todos que acessaram o blog, enviaram e-mails, comentaram ou simplesmente foram contabilizados por mais um view.

Coloco aqui umas das últimas fotos tiradas com o Meu J3...

Essa foto representa o objetivo do blog, sempre olhar para frente mas de vez em quando é bom olhar no retrovisor...

E no final, a última foto do guerreiro.



Quem quiser pode entrar em contato por aqui no blog ou ainda diretamente em:

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E-mail: pnpinformatica @ gmail.com (sem os espaços)

Abraço, até mais.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

56 K - Avaliação final

Escrevo aqui a minha última avaliação sobre o Meu J3, a avaliação final.

Nesse período que fiquei com o carro e que se passaram quase 3 anos foram rodados 56725 quilômetros. Passei por diversas situações que me permitiram ver que o Meu J3 não é um carro tão frágil mas que não passa de um carro comum que precisa melhorar muito.


No começo eu acreditei que o J3 era um carro melhor, mas no decorrer do tempo ficou claro que apesar de não ser tão frágil a JAC precisa aumentar bastante a qualidade do carro. Houve problemas na parte eletrônica do carro com a famigerada luz do EPC, os problemas de acabamento que reportei nas últimas postagens, alguns problemas com peças bobas mas que acabaram gerando dor de cabeça como o ressecamento e quebra dos batentes dos pedais que acabaram gerando problemas no EPC.

Mas a experiência a bordo dele foi bem legal, é um carro que tem boa posição de dirigir, com giros mais altos o motor se mostra um pouco mais esperto. O rádio com sua mini usb foi um saco, mais o sensor de estacionamento era muito preciso. Também importante mencionar que o espaço interno se comparado com os demais hatchs é bom, isso também vale para o porta-malas.

Se parar e analisar friamente a quantidade de defeitos críticos que o carro apresentou até que foram poucos, em termos de quantidade, mas o problema está justamente no fato de que eles nunca foram solucionados pela concessionária da JAC. Chega uma hora que o cliente enche o saco e perde a paciência.

E é justamente no atendimento de pós-venda da JAC que fica o GRANDE problema. Por que se fosse eficiente isso amenizaria os problemas e com certeza geraria uma empatia maior com a marca. Algo que no início da minha experiência com a JAC acontecia, por várias vezes acreditei que como a marca era nova no Brasil eles ainda estavam se adaptando aos processos brasileiros e que iam melhorar com o passar do tempo. Mas não foi isso que aconteceu, percebi que estava muito enganado e a JAC manteria a mesma maneira de atender os clientes.

E a falta de peças? E a desvalorização? Tudo isso eu sabia que era um grande risco e uma grande aposta a três anos, nesse quesito o risco aconteceu, porém, é precisar falar um pouco do cenário dos carros a 3 anos atrás. Nenhum outro carro possuía tantos opcionais quanto o JAC J3 pelo excelente valor que ele estava sendo vendido, nesse ponto foi muito vantajoso ter adquirido o Meu J3.

Se eu compraria de novo um carro da JAC?
Não, e a resposta parece ser meio óbvia. Passei a dar valor também para algo que eu não dava, o serviço de pós-venda.

Se eu me arrependi de ter comprado um JAC?
De novo a resposta é Não, valeu a pena, como disse, na época em que adquiri o carro era o melhor cenário que eu tinha para comprar um hatch com os opcionais que ele tinha.

A pergunta que mais ouvi nesse tempo foi: E o carro é bom?
A minha resposta é de que carro é regular. Não é ruim, mas está longe de ser bom.

A minha opinião final é a seguinte...

Atualmente existem outras opções melhores no mercado, não recomendo a compra dos carros da JAC. A menos claro que eles baixem absurdamente o valor pedido pelos carros, algo impossível de acontecer.

sábado, 29 de novembro de 2014

Dica para importação de peças da JAC

Aqui vai uma dica para quem tem interesse em importar peças para o seu JAC.

Como todo mundo sabe os carros da JAC são chineses, então, nada mais óbvio e natural do que procurar peças em sites chineses.

Dois sites que tem muitas peças que podem ser importadas:
  • http://www.aliexpress.com
  • http://www.alibaba.com

O único problema nesse caso é o tempo de espera para receber as compras, em alguns casos pode demorar 4 ou 6 meses para as peças chegarem, mas elas chegam. Então a dica aqui é: paguem o valor pedido para que as mercadorias sejam rastreadas, geralmente esse valor é bem baixo e vale a pena. Com o rastreio caso você não receba o produto ou o mesmo seja extraviado no caminho, você pode solicitar o reembolso ou ainda o seu produto de novo.

Mais uma dica que vale ouro na hora de garimpar por peças da JAC. No mercado chinês ou mesmo em alguns outros países o nome do carro é um pouco diferente do que o nome brasileiro, inclusive o modelo pode variar um pouco, mas a parte mecânica é a mesma.

O nome do modelo chinês é Jac Tongyue e seria equivalente ao J3 e ao J3 Turin, para quem busca por peças para o J5 ou J6 pode procurar por JAC Heyue.


Mas atenção
Não confunda JAC Heyue com JAC Heyue SC, o modelo SC é um modelo de carro esportivo laçando pela JAC e a sua motorização não se assemelha com os motores daqui do Brasil. Talvez algumas peças possam ser equivalentes mas é preciso olhar os códigos de cada peça.

Vale lembrar também que várias peças são intercambiáveis entre os modelos, na hora de escolher a peça tem que procurar pelos códigos e conferir se os códigos são os mesmos.

Era isso pessoal, espero que possa ajudar quem procura por peças importadas.

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

55 K - Motivo 5 para venda - Falta de peças de reposição

Apesar de eu não ter precisado de muitas peças de reposição deu para perceber que algumas peças podem não ser tão fáceis de se conseguir.

Posso citar como exemplo os discos de freio e as pastilhas, na própria concessionária quando cotei os valores para troca das peças, a "consultora" me disse que eu teria que ligar com antecedência antes de realizar o serviço para verificar se ela teria as peças em "casa", por que eles poderiam não ter, e olha que são peças comuns de reposição.

Achei que no mercado paralelo eu conseguiria essas peças com mais facilidade, mas não foi isso que encontrei. Em diversas oficinas que liguei nenhuma delas estava encontrando peças em seus fornecedores para os modelos da JAC.

Mas e não é só procurar e comprar as peças na internet? Ai está uma questão que muitas pessoas não conhecem ou não passaram por isso ainda, e vou detalhar um pouco mais.

Na internet é possível sim encontrar os discos e pastilhas bem como algumas outras peças da JAC, o detalhe é que muitas oficinas não aceitam que o cliente leve as peças. Isso se explica pela qualidade das mesmas, pois existe a possibilidade de alguma peça dar defeito e o cliente voltar e colocar a culpa no serviço executado. Então para evitar esse tipo de problema muitas oficinas só trabalham com as peças que elas mesmas fornecem, dessa forma é possível dar garantia no serviço e nas peças.

Mas o cliente pode procurar oficinas que aceitam que o cliente leve as peças, mas agora o problema cai no colo do cliente, se a peça apresentar defeito como você vai fazer para realizar a troca? Vai ter que pagar uma mão de obra para retirar a dita peça e pagar outra mão de obra para colocar a nova?
Sem falar no tempo que o carro pode ficar parado esperando as peças chegarem, sabemos que compras via internet demoram alguns dias, mesmo que o envio da peça defeituosa e a entrega da nova seja rápida.

Conclusão

Como os carros da JAC não caíram no gosto popular aqui no Brasil, o cliente tem que procurar achar uma melhor relação custo x benefício. Muitas fabricantes de peças paralelas só fazem as peças que são comuns a outros modelos de carros justamente para conseguir atender uma gama maior de clientes. Peças mais específicas o cliente só encontra nas concessionárias da JAC sob encomenda ou importando diretamente na internet. Aliás eu vou colocar no blog um post sobre importação das peças da JAC para quem estiver interessado.

55 K - Motivo 4 para venda - Qualidade chegou ao fim

Próximo dos 60 mil quilômetros é possível observar alguns sinais de que a qualidade de acabamento do carro está chegando ao seu limite.

A manopla do câmbio que possui um acabamento cromado, já está toda descascada. Dessa forma o aspecto é de um carro que rodou bem mais quilômetros.

Os acabamentos de plástico no interior do carro estão se soltando, seja por que perderam o seu poder de fixação normal ou por que ressecaram e acabaram quebrando sozinho, abaixo coloco algumas fotos para mostrar do que eu estou falando.



E não foram só essas peças plásticas, várias outras peças internas apresentam mal encaixe. Já comentei isso aqui , além de fazer um monte de barulho irritante isso é um pouco preocupante por que me pergunto quanto tempo mais aguentaria essas peças? Se próximo de 60 mil km já apresentam sinal de pouca qualidade quando o carro chegar a 120 mil km em que estado estarão?

A parte de baixo do painel dianteiro que fica atrás do volante também está torta, apresentando uma certa deformidade e deixando um fresta entre as peças do painel.

Além das peças plásticas, outros comportamentos do carro também me deixaram com a pulga atrás da orelha com relação a qualidade.

Por exemplo a buzina intermitente que relatei aqui,  e os diversos problemas com o EPC que nunca foram sanados e que por último nem ligava a luz no painel avisando do problema.

O grande quê, nisso tudo é saber que foi um carro que rodou uma quilometragem normal. Na maior parte do tempo (90%) em estradas e ruas asfaltadas, claro que o nosso asfalto aqui no Brasil é uma porcaria, mas quem roda realmente bastante com o carro pode passar por muitos apuros.

Conclusão

Além dos problemas pequenos de acabamento, diversos foram os problemas intermitentes com o carro. Com o passar do tempo eu comecei a perder a confiança no carro, e ficava me perguntando qual será a próxima pegadinha? Qual o próximo problema intermitente que vai me fazer de palhaço na concessionária da JAC?

Sobre a parte mecânica do carro, talvez eu possa falar algo sobre a suspensão que começou a dar sinais de que tinha começado a se entregar com 37 mil km e com 42 mil km eu tinha constado que de fato já tinha ido pro espaço. Achei um pouco precoce a suspensão ter perdido a sua eficiência com essa quilometragem, mas pode ser que de fato eu tenha feito o uso mais intensivo do carro que exigiu a suspensão além da sua capacidade normal.

O sistema de refrigeração do carro deve ser elogiado, mesmo pegando tráfego pesado na cidade ou engarrafamentos gigantes em dias de calor o marcador nunca passou da temperatura normal do carro, sequer chegou perto de alguma temperatura preocupante. E o líquido de arrefecimento nunca precisou ser completado.

De resto o motor apresentou os problemas eletrônicos com o EPC, mas não apresentou nenhum sinal de vazamento de óleo em nenhuma parte. E aqui cabe uma boa observação o motor rodou 60 mil km sem receber nenhuma intervenção da oficina, afinal eles nunca fizeram nada no motor, só trocaram óleo e filtro. E vai saber se trocaram mesmo, afinal quem proíbe o cliente de visualizar o serviço que está sendo executado dá o direito da dúvida pro cliente, e eu tive lá dentro da oficina e vi como é que as coisas funcionam...

55 K - Motivo 3 para venda - Pós-venda péssimo

Quem chegou até aqui lendo o blog já sabe que o atendimento da JAC é pífio.

Seguindo o que fiz em outras postagens vou criar uma pequena lista de eventos que ocorreram:

  1. Horário de agendamento na oficina que não é cumprido
  2. Oficina que diz que o serviço foi realizado mas entrega o carro do mesmo jeito que chegou
  3. Oficina que não consegue diagnosticar o problema e diz que é um comportamento normal do carro
  4. Jogo de empurra e mentira do responsável da concessionária quando uma reclamação é realizada
  5. Acesso proibido dos clientes a oficina
  6. Peças que nunca estão no estoque
  7. Atendimento muito demorado na concessionária, o cliente não consegue nem pagar o que deve
  8. Horário agendado que não aparece na agenda da oficina
  9. Reclamação que não resolve nada
  10. Poucas concessionárias para atender os clientes
 Acredito que com essa pequena lista consegui resumir um pouco do que vi dentro da concessionária da JAC.

Conclusão

Já dá para imaginar todo o estresse que foi a minha relação com a JAC e o péssimo atendimento que tive ao longo desses três anos. Fiquei preso a única concessionária em Porto Alegre e a única em todo o Rio Grande do Sul que possuía o serviço de oficina, dessa forma não tive nem chance de escolher outra concessionária.

55 K - Motivo 2 para venda - Desvalorização brutal

O Meu J3 edição Brasil quando foi adquirido no final de 2012 custava R$ 36990 reais.

Atualmente a tabela FIPE aponta que o valor de mercado é de R$ 26407 reais, porém na prática a situação é bem diferente.

Aqui em Porto Alegre no mercado de usados é possível encontrar J3 sendo vendido por valores entre R$ 22 mil e  R$ 25 mil reais. O grande problema é o mercado que esses carros têm, quando se fala em mercado quer dizer a saída, o interesse das pessoas em comprar o carro.

Não raro é possível ver que um carro da JAC chega na revenda de usados e fique lá por um bom tempo.

Com isso vender o J3 para pessoas particulares se tornou um desafio enorme, um negócio literalmente da China, pois a pessoas tem muita resistência com carros chineses, a JAC não conseguiu se estabelecer como uma montadora confiável aqui no Brasil (por que será né?).

Já a venda em concessionárias para a compra de outro carro é possível, mas é aí que a desvalorização do carro realmente acontece. Algumas concessionárias chegaram a me oferecer R$ 14000, isso mesmo R$ 12000 reais abaixo do valor da tabela FIPE, ou ainda, pagavam cerca de 60% do valor da tabela.

Outro fator que influencia diretamente na desvalorização dos carros da JAC é própria estratégia de marketing da JAC. Eu explico, em três anos vendendo os carros no Brasil a JAC praticamente não reajustou o valor de venda dos carros e ainda acrescentou alguns itens nos carros. Dessa forma as pessoas preferem comprar um carro novo do que comprar um carro usado, e esse raciocínio é extremamente lógico, porém danoso para quem decidiu comprar um JAC.

É como se a JAC Motors fosse a Apple, cada novo modelo de Iphone lançado possui um valor bem similar com o valor do modelo anterior quando o mesmo foi lançado. Por consequência o valor do Iphone "antigo" cai bastante no mercado, por que as pessoas comprariam Iphones velhos se elas podem comprar Iphones novos?

Essa lógica se aplica a Jac Motors, sem falar em outros fatores que a JAC influencia como o pós-venda deficiente que já não é segredo pra ninguém.

Conclusão

Decidi vender o Meu J3 justamente para minimizar o prejuízo da desvalorização. Carro não é investimento e todo mundo sabe disso, todo o carro se desvaloriza, só que os clientes da JAC não esperavam que se desvalorizasse tanto, ainda mais devido ao fogo "amigo" da JAC.